Granjeiros unidos param a São Camilo e protestam por causa de desmatamento
O sábado de sol contribuiu para que a passeata dos granjeiros transcorresse de forma pacífica e impecável, e fizesse história na Granja Viana. A única manifestação da comunidade aconteceu há alguns anos, quando os granjeiros pararam a Raposo contra a construção de prédios na região, e venceram. A camiseta mostra que o sentimento de preservação e luta pelo Meio Ambiente ainda vive, numa luta que está apenas começando.
A concentração dos manifestantes foi em frente ao Condomínio Pallos Verdes, às 10:30hs da manhã e por volta de 11:15hs seguiu em direção ao stand da Alphaville. Com faixas, apitos, bonés com figuras de animais e muito bom humor, os granjeiros foram filmados e fotografados pela mídia local e de São Paulo, que registrou todos os momentos.
Famílias inteiras, com seus filhos pequenos e animais de estimação, caminharam pacificamente num exercício de cidadania, como verdadeiros vizinhos, em direção ao empreendimento Alphaville Granja Viana, para protestar contra o desmatamento do terreno.
Uma enorme "escultura" branca, simbolizando uma árvore, fez parte da performance da passeata do Movimento em Defesa da Granja Viana. "Ela é branca por que simboliza a alma das árvores que foram derrubadas", disse uma moradora, vestindo um boné de tucano dentro da escultura.
Adolescentes de vários colégios estiveram presentes, como Escola da Granja, Colégio Rio Branco, Micael e Objetivo. Os alunos do curso Anglo também sairam na porta e, liberados pelos professores - que se engajaram ao movimento - se juntaram ao grupo.
Ao chegarem em frente à obra, na área desmatada, os moradores colaram cartazes no tapume verde do empreendimento, com inscrições "Aqui jaz...", e neles as crianças depositaram flores.
No tapume da obra, uma satisfação da empresa para quem passava. Placas explicavam as contrapartidas e as autorizações.
Já em frente ao stand, diante do olhar assustado dos funcionários, numa nova performance, uma "árvore" se deitou na calçada, simbolizando o seu corte. Em seguida, vários manifestantes fizeram o mesmo, com bonés de tucanos e macaquinhos, simbolizando os animais mortos. Um enorme pedaço de lycra vermelha foi então estendido sobre eles, simbolizando um rio de sangue.
Em seguida, ainda deitados em meio à avenida, todos fizeram um minuto de silêncio, seguido de apitos e gritos de "fora Alphaville", "Vergonha". Foi cantado o Hino Nacional.
Todos se dirigiram novamente ao portão da obra e lá as crianças acenderam velas para as almas dos animaizinhos. O Secretário de Meio Ambiente de Cotia, Dr. Laércio Camargo, esteve presente e ajudou a acendê-las. "Estou aqui como cidadão e morador da Granja. Aqui em Carapicuíba eu não sou secretário de nada", disse.
Ele gravou entrevista exclusiva ao Viva Cotia, e falou sobre o empreendimento e seu impacto na região.
Ricardo Soares, jornalista engajado no Movimento, falava ao microfone: "Vamos liberar o trânsito agora, já abusamos demais dos nossos vizinhos motoristas", disse. Ele comparou o trânsito obstruído com o que vai acontecer daqui para a frente na avenida por causa do novo condomínio e de outros que virão."Fizemos uma manifestação pacífica, para que não digam que somos arruaceiros. Somos apenas moradores da Granja", disse.
A Guarda Civil de Cotia e o Demutran, deram apoio à manifestação, inclusive no perímetro de Carapicuíba, que não enviou nenhum suporte. A Polícia Militar, que também ajudou com o trânsito, calculou que a manifestação teve 500 pessoas presentes.
Fau Barbosa
Bônus de fotos:
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