Veja detalhes do nosso primeiro Pequeno Sarau com Conversa ao Pé da Granja



Por Victor de Andrade Lopes

A última segunda-feira marcou o primeiro evento do MDGV para o ano de 2015. Dando continuidade à nossa série de Pequenos Saraus com Conversas ao Pé da Granja, tivemos a ilustre presença do violonista clássico Ido de Moraes e a palestrante Marianne Niklas, psicóloga e membro do nosso conselho consultivo.

O primeiro a se apresentar foi Ivo, que nos emocionou com suas interpretações de alguns prelúdios e improvisos, com direito a saideira. Ivo já havia nos brindado com seu talento em fevereiro de 2014, quando sua apresentação precedeu a palestra do nosso membro Sérgio Valverde.



A palestra de Marianne, que mora na região há 40 anos, foi longa e teve grande envolvimento dos participantes. Ela já iniciou sua apresentação convidando o público a falar, perguntando-os sobre suas histórias relacionadas ao meio ambiente. Como era de se esperar, as pessoas contaram apenas histórias tristes de grandes áreas verdes sumindo aos poucos (ou de uma vez, no caso de alguns).

O que Marianne propõe é justamente que mudemos nossa abordagem quando acontece uma grande agressão ao meio ambiente. “Só lamentar não mudará muita coisa. É preciso fazer algo realmente”, diz. E para combater os desmatadores, é preciso ter armas – palavra que no caso significa “leis” e “conhecimento”.

O que Mariane defende, em outras palavras, é que os defensores do meio ambiente se mobilizem por meio da justiça para barrar os desmatadores em vez de simplesmente esperar a supressão acontecer e depois protestar com faixas nas ruas. Um exemplo prático relatado por ela: quando o antigo terreno da Cooperativa Agrícola de Cotia foi a leilão, ele estava já dominado pela vegetação que cresceu dos arredores para dentro do lote. Munidos de um levantamento ambiental, moradores do Jardim Colibri conseguiram suspender o leilão no momento em que ele ocorria, pois o juiz aceitou o documento entregue por eles.

Outra medida fundamental para se impedir a eliminação sumária de nascentes d’água e outros elementos importantes da natureza é o registro oficial deles. Para que não sejam simplesmente aterrados como se nunca tivessem existido, é preciso catalogá-los, para daí poder agir judicialmente caso alguém tente afetá-los. Sabia que muitas nascentes da Granja e de Cotia como um todo poderiam ser salvas se fossem registradas?

A palestra plantou uma sementinha no público presente, e agora já temos uma excelente sugestão de ação daqui para frente: por que não registrar e organizar as nascentes, córregos e demais corpos d’água e elementos naturais existentes no nosso bairro para que saibamos exatamente com o que estamos lidando caso um dia uma construtora simplesmente os destrua para dar lugar a um prédio? O MDGV apoia a formação de um grupo de trabalho para identificar árvores importantes e nascentes da nossa região.

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