Red Balloon ensina inglês e péssimos modos ambientais
Red Balloon é uma escola que vende o conceito de ensinar inglês desde cedo para as criancinhas globalizadas. Deveria embutir nesse conceito "muderno" também o respeito ao meio ambiente, à vida, a preservação. Seria um bom pacote dois em um. Mas a escolinha prefere cimentar seus pátios e dar fluência ao idioma da matriz sem conjugações verdes.
Essa é pelo menos a conclusão que a gente pode tirar de recente aberração cometida pela Red Balloon da avenida São Camilo no enclave metido a civilizado da Granja Viana, cercanias de São Paulo. Defronte à sede da escola havia uma imponente e nem tão antiga paineira que infelizmente aqui nessa foto (a única que achei) aparece feinha, desprovida da sua densa folhagem. Havia a paineira. Agora jaz. Primeiro foi violentamente podada e depois simplesmente extirpada . Um flagrante ensinamento de não preservação para os olhos das criancinhas que falarão inglês. A estupefação deu-se como sempre se dá na Granja Viana. Alguns notaram, alguns comentaram mas nada se fez. A mídia local (sempre de pires na mão mendigando quireras dos anunciantes) praticamente se calou com exceção do "Jornal D' aqui" que publicou indignado protesto de uma moradora saudosa do verde ( quase extinto) da Granja. Ao comentário da leitora veio a resposta da escola do balão vermelho e da política anti- verde. É de um cinismo atroz. Leiam e tirem suas conclusões :
Agradecemos muito a sua preocupação. A Paineira estava na nossa fachada na Granja Viana desde antes de abrirmos a escola, há sete anos. Foi com muito pesar que tomamos esta decisão depois de vê-la adoecer lentamente. Tentamos recuperá-la, mas infelizmente há dois anos que a nossa árvore não dava mais folhas. Descobrimos recentemente que ela estava infestada de cupins que apodreceram seus galhos. Grandes galhos começaram a cair dentro da escola e também na Av. São Camilo, colocando todos em risco. Chamamos um biólogo para avaliar a situação. O laudo entregue pelo biólogo infelizmente confirmou a nossa suspeita de que a árvore teria que ser cortada.
(...) A única preocupação que tínhamos quando aceitamos a necessidade de corte da árvore era garantir a segurança dos nossos alunos, pais, funcionários e de todas as pessoas que circulam pela Av. São Camilo, de carro ou a pé. A natureza e o respeito ao meio ambiente fazem parte da nossa rotina.
Contamos com a sua compreensão. Temos certeza que você entende a necessidade de prezarmos pela segurança de todos os granjeiros que passam aqui em frente, sejam eles alunos da escola, ou não.
Tenho paineiras em casa. Conheço bem elas embora não seja biólogo. A que ficava defronte ao Red Balloon não dava mostras de estar doente e é solene inverdade que não desse folhas. Tinha muitas inclusive no momento da poda. Eu passo defronte todos os dias e posso atestar isso. Paineiras são pouco suscetíveis a cupins e a que foi derrubada não dava o menor sinal de estar sendo comida por eles. Até que se prove que laudo é esse e que biólogo disse essa estultice ( se é que disse) só cabe a mim duvidar do que está escrito acima. O tronco sólido, serrado quase no talo, não tem qualquer sinal de perfuração por cupins . E o argumento da Red Balloon parece tão falso, tão para inglês ver, que no lugar da paineira derrubada sequer se deram ao trabalho de plantar aquelas ridículas palmeirinhas que condomínios predadores como Alphaville tanto gostam.
O gesto gratuito, brutal, descabido tira mais um pouco do pouco verde que aqui temos. É simbólico por representar bem o "modus operandi" dos que aqui estão chegando, a maioria na contramão da "civilidade" que eles tanto apregoam. Nos tais países do primeiro mundo onde se fala o inglês que a Red Balloon ensina é cada vez maior uma onda verde que preserva ao menos árvores em quintais. Aqui , num lugar que deveria ser verde, o balão vermelho manda ver a motosserra pois uns galhinhos podem colocar em risco a segurança dos petizes globalizados. Red Balloon não se dá ao trabalho sequer de passar uma mãozinha de greenwash na sua fachada. São é predadores mesmo.
Comentários
nao concordo com suas palavras, lamento.